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terça-feira, 22 de abril de 2014

Um pisciano falando do oceano

Se tem algo nesse mundo que sempre me identifiquei é o oceano. Ele me faz sentir todos os sentimentos possíveis, o que de certa forma chega a ser confortante: talvez no fundo ele seja o único capaz de me entender (pelo menos até agora). Deixa eu tentar explicar.

Durante uma enorme e intensa ressaca, em meio a uma tempestade, o oceano me impressiona com a sua força, como se estivesse exibindo para mim o quanto pode destruir e pegar de volta o que "é dele": chega a ser bela tal demonstração. 

Durante uma calmaria em pleno verão, tendo o Sol como aliado, fazendo suas águas brilharem e deixando mais perceptível sua imensidão imensurável: nessa hora parece que ele quer mostrar o quão imenso ele é (no exterior e interior). 

Durante o quebrar das ondas contra as pedras, sinto como se ele me chamasse para perto dele (como se o som das ondas fosse um sussurro ao ouvido), mas ao mesmo tempo me alertasse do perigo de me entregar a ele. 

Durante o luar, ele fica quase invisível, mas demonstrando de forma serena que permanece sempre ao lado, como se nunca quisesse se afastar. 

Talvez pareça insano para quem nunca parou para observar o mar, mas para quem já o fez como eu (várias vezes por sinal) sabe o quanto ele é belo, voraz, traiçoeiro e instigante. Talvez essa mistura de características façam com que ele pareça ser o único capaz a entender alguém como eu.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Ridiculamente verdadeiro

Hoje mergulhado em meio a trocentas postagens nas redes sociais, observei o quanto as pessoas sentem medo de se entregar aos sentimentos. Postagens demonstram, na maioria das vezes através de imagens com textos, como as pessoas são ou deveriam ser, e sempre tentar retratar um determinado perfil a ser ou não seguido.

Devido a isso, percebo o quanto as mais diferentes pessoas de diversos lugares e distintas culturas, acabam se igualando simplesmente pelo fato de não se entregarem. Entrega esta que nunca ocorre devido ao medo que sentimos de nos machucar ou acabarmos caindo em estado de igualdade com aqueles perfis que tanto ridicularizamos nas redes sociais, por serem trouxas, bobos e perfeitamente enganáveis. 

Quando gostamos e nos entregamos esquecemos todos os perfis desenhados pela sociedade e apenas mergulhamos de cabeça seguindo o que o coração manda. E quando esta paixão acaba, seja por qual motivo for, nós acordamos desse estado de "cegueira" e passamos a enxergar o quanto éramos ridículos. Ridículos por sermos verdadeiros o suficiente, capazes de dizer "foda-se" para qualquer exigência da sociedade, capazes de dizer "dane-se" para qualquer oposição ao que desejamos ou a quem desejamos, capazes de dizer "e daí" para as possibilidades de nos terminarmos machucados no futuro.

E quando depois de tanto tempo com medo de nos entregar, acabamos nos entregando de novo, percebemos que éramos ridículos sim, mas não nas vezes que fomos de fato por nos entregar aos sentimentos; mas sim em todas as outras ocasiões que deixamos de viver nossas vidas intensamente apenas pelo medo de nos igualar ao que tanto todo mundo gostaria de ser: ridiculamente verdadeiro.

domingo, 4 de novembro de 2012

Sentir

Sentimentos são intensamente destrutivos, talvez por isso sejam tão bons. Sentí-los é o mesmo que se entregar a possibilidade de chegar aos céus ou de descer ao inferno. O certo se transforma no incerto e a razão é dominada pela emoção.

Sentir é estar de olho, mesmo estando de costas, acompanhando os passos de quem gostamos. Sentir é unificar as atitudes e direcioná-las a uma única coisa: a pessoa que gostamos. Sentir é estar disposto a levar tombos e se machucar, para se ter a certeza que é aquilo mesmo que queremos.

Mas sentir é acima de tudo, viver. Viver a dois, viver a cem por hora, viver a mil. Sentir é não ficar só, mesmo estando só. Sentir é aquecer o coração deixando de lado a gelidez da normalidade da rotina. Sentir é gostar tanto ao ponto de reconhecer que o melhor para a pessoa que nós gostamos tanto é não sentir pela gente o que sentimos por ela.

Sentir é saber a hora de se afastar, para quem sabe um dia poder parar de sentir.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Viver a tentar

Viver a vida é nada mais do que tentar: tentar ser feliz, tentar conquistar, tentar realizar, tentar não sofrer, tentar continuar, tentar não acabar. O tentar sempre será melhor do que o não tentar, porém, temos que sempre saber quando parar. Nunca devemos ficar reféns de nossos sonhos, o que nos transformaria em uma espécie de locomotiva desgovernada: vai pra algum lugar, mas não se sabe onde.

Tentar é saber quando devemos tentar outra coisa, mas sem nunca parar de tentar. Tentamos e conseguimos, tentamos e não conseguimos, mas sempre tentamos. Assim que somos e assim que seremos, sempre. O que muda são as tentativas,ou melhor, com quem ou o que tentamos.

Tentar o mesmo com o mesmo, é apenas assinar a sentença de ficar no mesmo lugar. E quando não avançamos, ficamos para trás. 

Tentar sempre, persistir as vezes, mas desistir nunca.

domingo, 1 de julho de 2012

O Rio de Janeiro continua lindo...


Hoje o Rio de Janeiro foi a primeira cidade no mundo a conseguir o título da Unesco de Patrimônio Mundial da Humanidade, como Paisagem Cultural Urbana. O título é um reconhecimento internacional do que todos nós cariocas podemos desfrutar diariamente: as belezas da cidade maravilhosa.

O Rio não é só de Janeiro, o Rio é do ano inteiro. O Rio é carioca, o Rio é brasileiro. O Rio é mais que uma cidade, é uma paisagem. O Rio é mais do que obras urbanas, o Rio é obra de Deus. Deus este que é homenageado por Cristo Redentor de braços abertos abençoando o povo que tem o privilégio de viver neste lugar. Estejam onde estiver, morem onde morarem: seja próximo as praias lindas da zona Sul, os morros e a urbanização intensa da Zona Norte ou os extensos bairros ainda crescentes da Zona Oeste... os moradores do Rio de Janeiro podem ser chamados de privilegiados. E o povo carioca é apenas um ingrediente a mais para essa mistura perfeita.

O Rio de Janeiro se fosse uma receita, seria a mais conhecida do mundo: junte o carisma do povo carioca, com as construções humanas entre as belezas da natureza e finalize com a maior inspiração de Deus para criar um lugar. A receita seria conhecida, mas impossível de ser refeita com tal precisão. O Rio de Janeiro é e sempre será único: de janeiro a dezembro a terra de muitos, privilégio de poucos e desejo de todos.


Eu sou do Rio,
eu amo o Rio,
eu sou um privilegiado.
André Almeida