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terça-feira, 22 de abril de 2008

Todos temos um "diabo" dentro de nós

Por que eu vario tanto de amor pra frieza e de frieza para amor? Nessa indecisão prefiro manter a aparência de que sou uma pessoa fria, forte, um verdadeiro "editor-chefe" de uma revista internacional. Sim, porque pra dirigir uma revista de alta fama, só mesmo sendo muito forte para estar à frente de tanta gente e tendo que tomar tantas decisões e todas de extrema importância.

Sabe que muitas vezes eu me vejo assim: um executivo, que se veste muito bem, com um visual diferente a cada semana, porém, sempre mantendo um estilo "classe A" e com muita categoria, é claro. Por onde ando, sou rodeado de fotógrafos, dinheiro, tudo muito caro, tudo muito fútil.

Outras vezes paro, e percebo que o lar tem mais a ver comigo. Em casa cozinhando, vendo aquele filme com a pessoa amada, em um dia chuvoso, debaixo das cobertas. Daquelas cenas em que terminamos o namoro e decidimos ir para o aeroporto, embora para outro país, e quanto estamos prestes a entrar no avião, eis que aparece a pessoa amada para dizer para ficarmos.

Como podem perceber, meus sonhos parecem dois filmes, bem distintos. E esse sou eu: uma pessoa dividida em duas, que a cada dia, trava uma batalha entre a ganância/audácia e o amor/timidez. Esse cabo de guerra diário faz com que a cada dia que passa, eu descubra coisas novas a meu respeito, e perceba que na verdade, nem eu mesmo me conheço bem. As vezes sinto-me um estranho.

Entre todos esses sentimentos e essas sensações, a única coisa que posso definir com certeza é que essa "pessoa fria" que eu descrevi, não existe, é pura fachada. E que de "pessoa forte" eu sou mesmo, é um baita de um fraco, que a cada dia que passa, percebe necessitar de alguém para estar atrás de mim, para quando eu cair, me segurar, me abraçar e dizer: "Estou aqui, confie em mim."
Fácil é julgar o ovo pela casca,
difícil é julgar a gema sem vê-la.
André Almeida