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terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Quando o coração cria asas

Ao me deitar na cama, sinto minha mente perdendo as rédeas de minha razão e meu coração criando asas, prestes a soltar-se da prisão que o submeti. As imagens surgem como se fossem sonhos, ou seriam premonições? Se forem apenas ficção, terá sido o filme mais lindo que vi na vida. Se forem premonições, serei a pessoa mais feliz do mundo.

Gostaria de dar passos rumo a torná-los realidade, mas descobri que desaprendi a andar no caminho da paixão. Minhas pernas se negam a seguir em frente, mas minha mente não para de enviar ordens para que elas a obedeçam. Sinto medo, muito medo. Não quero seguir no que pode ser o poço ou o pote de ouro. Escolhas já as fiz, e foram todas para minha vida profissional. Por que então isso agora começa a surgir, de maneira como se tentasse me amolecer? Teria eu me tornado uma gelatina congelada, ou um cimento amolecido? As lembranças surgem como se meu passado, que uso como aprendizado, fosse apenas algo escrito, contado de maneira errada e não seja o diploma correto para que eu me forme nos desafios da vida. Minhas lágrimas surgem noite após noite, meu olhar perde-se dentro de minha mente perturbada, meu peito começa a doer, meu coração acelera demais, quando na realidade, deveria estar diminuindo seu ritmo para que eu pudesse descansar de mais um dia intenso. É nessas horas, sobre meu travesseiro, que descubro que a maior intensidade da realidade da minha vida, está em meus sonhos.

Acordado ou não,
vejo você a noite,
invadindo meus sonhos,
ganhando meu coração.
André Almeida

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Sob o luar amarelo da noite fria de primavera

No último sábado, fui a um luau na praia de Ipanema, onde fiquei bastante entediado e um pouco "perdido" pelo pessoal novo do orkontro. Não é mais a mesma coisa como era antigamente, onde todos eram muito unidos e ficavam sempre "no mesmo barco": "tá sem bebida? bora comprar pra você!" Notei que ali não ocorria isso e por isso, fiquei apenas junto dos meus verdadeiros amigos que ali estavam: Anderson e Lanito.

Os momentos altos da noite foi um lanche que fizemos na pizzaria Domino's, as várias compras feitas no mercado Zona Sul e o belíssimo luar que nos recebeu quando chegamos na praia de Ipanema: a lua estava incrivelmente amarela e banhava aquela praia linda com sua pouca luz. Poucas vezes a tinha visto tão interessante.

Aquela beleza me fez pensar várias vezes, enquanto permanecia deitado na minha canga, nos momentos felizes que tive na vida e no quanto eu ainda posso ser feliz. Os amigos eu já os tenho e eles me completam, mas a pessoa que falta, ainda não encontrei. Sei que uma hora será sempre duas pessoas vivendo para si e nesses momentos, quem não tem ainda um companheiro, sobra. Eu não tenho medo e nem ligo pra essas coisas, mas confesso que um luar daqueles acompanhado de quem amamos, seria muito mais belo e mágico. Quem sabe um dia, eu tenha novamente essa oportunidade? Tenho quase certeza que terei.

Sob a lua amarela,

me banhei com o luar.

Parecia uma aquarela,

que tinha acabado de pintar.

André Almeida

sexta-feira, 24 de abril de 2009

50 dias

Incrível como as coisas mudam né: 50 dias sem postar e nesse tempo pra cá, consegui um emprego novo, vários amigos novos e descobri um novo continente do mundo chamado Narak Slater.
Pois é, a cada dia que passa, sinto que ao invés de ser o capitão do meu barco, sou na verdade, um marinheiro perdido em um oceano. E quem seria esse oceano? Eu mesmo. A primeira pessoa, no meu caso, pode ser usada como segunda ou terceira, no singular ou no plural: não importa o que eu diga a meu respeito, a cada dia que passa, meu auto-conhecimento aumenta e é aí que vejo o quanto falta pra eu me conhecer por completo; se é que isso é possível.
Nessa nova vida, não sinto falta alguma dos tempos que eu passava o dia todo online ou em casa, pensando na vida, imaginando coisas, sonhando acordado. Hoje, eu vivo a vida e aprendi que se eu quero algum dia realizar meus sonhos, não será sentado que conseguirei. Cansar? Nem um pouco. Meu emocional está muito bem, por isso que a fadiga passa longe de mim: quando estamos com pessoas que gostamos, nada é páreo com elas. 
Nesses 50 dias sem postar, apenas uma coisa se manteve igual: minha parte sentimental. Mas é aquele tal negócio, sonhar eu sonho, pois não tenho medo e nem pago imposto para tal; mas após muitos sonhos que tentei realizar pagando qualquer preço, percebi que é muito mais saudável e gostoso, sonhar vivendo, do que sonhar parado. O dia que tiver que acontecer, acontecerá. Até lá é viver a vida.
Nosso potencial está em nosso cérebro,
nossa mente é pura razão,
nossa razão é o nosso ser,
nosso ser é coração.
André Almeida

terça-feira, 3 de março de 2009

Sinto-me completo

No último post eu tinha dito que sentia que algo faltava na minha vida, que sempre tinha aquela sensação de vazio. Pois bem, o tempo passou, e a sensação também. Mas foi assim, de repente? Não, isso vem acontecendo há algum tempo, mas o grande responsável por isso foi meu aniversário: estar rodeado das pessoas que mais amo na vida, me fez ver o quanto sou completo, graças a elas todas.

Lógico que no post anterior, eu me referia mais especificamente a um relacionamento, mas hoje vejo que isso não deve ser encarado como um "espaço a ser preenchido" e sim como um "aperta o pessoal aí no coração, pra entrar mais uma pessoa especial". A idéia de que falta algo pode ser verídica, mas nos deixa cabisbaixos e tristes, e em hipótese alguma eu tenho do que reclamar: tenho pais perfeitos e amigos que nenhuma outra pessoa no mundo tem igual.

Dançar, beber, beijar, gritar... tudo isso eu fiz no meu aniversário. Estava num estado de felicidade que só cresce a cada dia. E minha promessa de que as tragédias do meu aniversário de 2008 seriam enterradas no dia da minha festa, foi cumprida. Agora sou uma pessoa completa, não porque encontrei o amor da minha vida (que se Deus quiser, encontrarei um dia), mas porque os amores da minha vida, são meus amigos, pessoas que quero terao meu lado, pelo resto da minha vida.
Antes eu pensava estar numa ilha deserta em meio a imensidão do oceano;
hoje vejo que eu sou a ilha e vocês são o meu oceano.
André Almeida

domingo, 18 de janeiro de 2009

Falta-me algo

Um novo ano começou e cá estou eu, com a mesma sensação de que algo está faltando. Sinto desejo, atração por algo novo, na verdade nem precisa ser novo, basta apenas me surpreender. Definir o que é? Algo impossível, pois está lá no fundo do meu íntimo, lugar onde eu não me atrevo a colocar a mão pra cutucar: vespeiro.

Tenho amigos perfeitos, tenho pais dedicados, tenho uma família que vale ouro e mesmo assim me falta algo... o que seria? Um amor? Não sei ao certo se essa seria a resposta, mas se for, estou numa enrascada. Amar quem? Não vejo algo que me atraia nas pessoas, é como se elas estivessem todas de uniforme e não existisse uma com um traje diferente. Sempre as mesmas propostas, sempre a mesma finalidade: sexo. Sexo por sexo, profissionais devem ser os melhores, não? Sei lá, tudo teoria, mas de concreto, apenas a sensação do "falta-me algo".

Mais uma vez, várias perguntas e poucas respostas. Na verdade, acho que é ao contrário: várias respostas e poucas perguntas. Estou muito equilibrado, muito "controlado" e o bom da vida, é quando algo nos faz perder o controle, pelo fato de ser surpreendente, e acima de tudo: único.
Tenho um coração,
dois olhos.

Quero sentir mais,

enxergar menos.

André Almeida