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quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Cultivando a vida

Na sua horta está chovendo? Teoricamente falando, chove na de todo mundo. O cultivo só tem bons resultados, quando a pessoa não deixa chover demais, nem esquece de molhar a horta. Tudo é uma questão de prática e manutenção: assim é a vida.

Por que as pessoas ficam tão desesperadas atrás de uma cara metade? Quem é a pessoa certa? Como descobrir se é, de fato, a pessoa ideal? Perguntas que todos fazem, mas ninguém responde. Por que? Porque a vida não segue um manual, ela é vivida na prática. Não estamos numa faculdade, onde decorando uma centena de teorias, ganhamos um diploma. Temos que ir pra chuva, pro sol, granizo, seja o que for, mas não podemos ficar parados.

Após as experiências vividas, deixamos o passado na memória e extraímos o aprendizado, para que possamos amadurecer. Curioso que mesmo após todo esse ciclo, nos vemos novamente atrás da pessoa ideal, coisa que fizemos lá no começo. Não tem jeito: isso é um ciclo, onde o fim, é quando o coração diz "é essa a pessoa" e aí todas as nossas perguntas, ganham resposta. Isso é o amor.Regue sem exagerar,
nunca deixe de molhar.
Viva se medo de sonhar,
sonhe sem medo de amar.
André Almeida

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Narak fragilizado

Tive um fim de semana ótimo: me diverti com meus amigos, passei o domingo sozinho, me senti dono da minha própria casa - cozinhando, cuidando das coisas. Meus dias têm sido maravilhosos, não posso reclamar de nada. Mas mesmo assim, sinto-me incompleto. Ando me questionando até onde sou uma boa pessoa, até onde sou capaz de fazer as pessoas ao meu redor felizes, até onde posso ir.

Quando fico dominado pelos sentimentos, me torno uma pessoa insegura. Na verdade, insegurança é algo que sempre anda ao meu lado, mesmo eu não demonstrando. Mas quando me deixo dominar por meu coração, é como se eu me livrasse do Narak e deixasse o André nu e cru, sem armadura, vulnerável para a vida.

O meu passado é algo duro, seco, insosso. Nele eu aprendi, da pior maneira, como podemos nos ferir. Graças a ele eu amadureci, mas ainda não me livrei dos traumas. Hoje, sinto medo de me entregar por completo, até eu ter a certeza, de que a pessoa gosta de mim pelo o que sou, e não pelo o que demonstro ser. Triste é não ter a certeza de que se eu me livrasse do Narak, o André iria agradar tanto quanto agrado atualmente. Pois no passado, ele sempre viveu sozinho e infeliz.

A única certeza que tenho hoje é saber que o André ganha, a cada dia, mais força e vontade de se livrar do Narak, mesmo sabendo que estaria vulnerável e deixando-se, por inteiro, nas mãos de outra pessoa. Mas meu coração diz que eu posso confiar e me entregar, de corpo e alma.
A armadura que eu criei,
me protegeu de muitos perigos.
Hoje, ela me ataca,
deixando meus sentimentos perdidos.
Quero livrar-me do Narak, mesmo podendo ser ferido.
Pois quero me entregar,
e viver intensamente, contigo.
André Almeida