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domingo, 23 de março de 2008

Um solitário na multidão

Impressionante como tem horas que mesmo estando rodeado de pessoas, na verdade, é como se estivéssemos num quarto escuro, sozinhos. É assim que me sinto. Enquanto não consigo ser feliz e ter alguém que me ame ao meu lado, me contento em ver as pessoas que gosto, sorrindo e dando gargalhadas. Nem que para isso, eu tenha que pisar na minha solidão, esconder a tristeza debaixo do tapete; mas o resultado final vale a pena.

Na verdade, pensando melhor; eu diria que é um resultado secundário, pois por mais que ao ver as pessoas que gosto, sorrindo, me satisfaça; o vazio aqui dentro continua marcando presença no meu peito, e minha solidão, permanece sendo minha única companheira. É triste você querer aquela pessoa e não poder tê-la, e é ainda mais triste, você demonstrar uma coisa mas na verdade, querer fazer outra.

O triste, é saber que mesmo todos gostando de mim, mesmo podendo contar com todo mundo, uma hora irei ficar sozinho, pois na vida é assim: seus amigos casam, namoram, se mudam, e você passa a ter que viver grande parte da sua vida sem eles, pois eles tem uma família, um amor para cuidar. O triste de tudo isso, é sentir que isso não é apenas um momento, mas que é o meu destino. Logo eu, que preciso tanto da pessoa que amo ao meu lado. Fazer o que né? Continuar sendo o "palhacinho" da galera e deixar minha solidão lá no cantinho do meu coração.

A cada passo que dou,
olho para os lados,

olho para trás,

e vejo apenas minha sombra.
André Almeida

segunda-feira, 17 de março de 2008

Amor: o sentimento que pode construir e destruir

Você já parou pra imaginar a força de um sentimento como o amor? Pois é, para quem nunca sentiu, é algo inimaginável; para quem já sentiu, certamente sente saudade daqueles momentos; e para quem está sentindo, é certo que está vivendo momentos mágicos. Isso é o amor, um sentimento capaz de transformar nossas vidas como se fizéssemos parte de um conto de fadas.

Esse sentimento pode causar dois efeitos muito controversos: um deles é aquela vontade de crescer. Imagine você, saindo da adolescência e estando ao lado do amor da sua vida. Seu coração é tomado por uma vontade súbita de crescer na vida, de evoluir, para que ao lado do seu amor, possam botar um tijolinho a cada dia, até terem um lar, uma vida a dois. Muita gente tem o seu primeiro "boom" profissional graças a um amor.

Mas nem tudo são rosas, pois do mesmo modo que podemos tirar bons frutos desse sentimento, também podemos colher espinhos. E que espinhos hein! Nossa vida pode estar indo muito bem, até que por qualquer motivo, não temos mais aquela pessoa amada ao nosso lado: sem dúvidas isso é um grande golpe na boca do estômago. Nesse momento, muitos não aguentam a dor da perda, e são levados a nocaute, sem chances de se levantar. Outros, demoram, mas conseguem dar a volta por cima.

Eu fui um deles. Gostei demais de duas pessoas, levei dois tombos: na primeira vez, quase morri. Entrei em depressão, perdi o gosto pela vida; na segunda, já estando mais experiente, eu caí, mas já me apoiei com as mãos no chão, pronto para me levantar e aqui estou, pronto para novas experiências. De certo modo, com o tempo aprendemos que tudo na vida são momentos passageiros e que nada é para sempre, nem um sentimento tão forte e paradoxal, como o amor. Por isso digo que quando você estiver ao lado de alguém que ame de verdade, aproveite cada segundo, como se fosse o último, pois dessa maneira, se algum dia, por qualquer motivo, você venha a perder essa pessoa, pelo menos terá as lembranças dos momentos felizes que viveram e a certeza que um sonho acabou, mas que outro irá começar.O amor é um novelo de lã,
brincamos com ele, fazendo-o diminuir de tamanho até sumir.
Depois, enrolamos novamente,
e voltamos a brincar.

André Almeida

quinta-feira, 6 de março de 2008

Pra que tanta inteligência?

Uma coisa que sempre elogiaram em mim, foi minha capacidade de entendimento sobre praticamente todos os assuntos. De certa forma, sempre fui o tipo de pessoa que sabe conversar sobre qualquer assunto que for abordado, que possui uma opinião formada sobre quase tudo, que desde os 9 anos de idade lê jornais. Aos 14 anos de idade eu estava fazendo previsões sobre cotações do dólar e do euro para minha avó, que na época era diretamente interessada sobre o assunto. Política? Não possuo partido, meu voto é em quem acho mais mente aberta e quem parece ser mais sensato e sincero, ou de acordo com o Brasil que vivemos hoje, é o famoso "que faz mais e rouba menos". Atualmente venho descobrindo meus dotes como escritor e como crítico, duas faces minhas que até então, eu desconhecia. Tudo bem que aos 10 anos de idade eu escrevia minhas historinhas, mas nunca pensei que elas pudessem amadurecer e agradar tanto, como vêm agradando. Mas por que isso tudo?

Sinceramente, não sei as respostas. Apenas sei que sou um tipo de pessoa que sente necessidade em absorver cada vez mais informações e conteúdo, como se a cada dia fosse necessário uma certa injeção de informação para me satisfazer. Já me peguei até torcendo para ver alguma desgraça acontecer, só para sentir aquele frenesi da imprensa, doida por informação e disputando pra ver quem vai ser o primeiro a noticiar. Lembro-me que no dia dos atentados de 11 de setembro eu acompanhei ao vivo tudo, desde quando cheguei da escola (por volta de 12:30pm) até o dia seguinte. Sinto essa "fome" por informação, por conteúdo, e não sei controlar isso.

Hoje em dia, venho conseguindo driblar isso de outra forma: se não há tantos acontecimentos que me ofereçam essa movimentação de informação, então eu me "afogo" no mundo da escrita. Novelas, séries, até animes eu venho escrevendo. Pareço maluco não é? Mas fazendo isso, eu encontro uma maneira de movimentar minha parte criativa, que diga-se de passagem, anda a flor da pele; e ao mesmo tempo preencher uma lacuna vazia que atualmente há em minha vida. Não sei onde isso vai parar, não sei nem ao certo se isso me faz bem, mas é com as palavras escritas que me sinto bem, é nelas que expresso tudo o que sinto, tudo o que vivencio, e com isso descobri, que o mundo criado pela caneta e pelo lápis, pode ser muito maior do que o mundo em que vivemos, afinal de contas, um gesto vale mais do que mil palavras, mas mil palavras com conteúdo, podem valer mais do que um milhão de gestos sem fundamentos.
A cada palavra que crio
sinto uma gota do meu sangue,

um pulsar do meu coração.
André Almeida