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terça-feira, 22 de abril de 2014

Um pisciano falando do oceano

Se tem algo nesse mundo que sempre me identifiquei é o oceano. Ele me faz sentir todos os sentimentos possíveis, o que de certa forma chega a ser confortante: talvez no fundo ele seja o único capaz de me entender (pelo menos até agora). Deixa eu tentar explicar.

Durante uma enorme e intensa ressaca, em meio a uma tempestade, o oceano me impressiona com a sua força, como se estivesse exibindo para mim o quanto pode destruir e pegar de volta o que "é dele": chega a ser bela tal demonstração. 

Durante uma calmaria em pleno verão, tendo o Sol como aliado, fazendo suas águas brilharem e deixando mais perceptível sua imensidão imensurável: nessa hora parece que ele quer mostrar o quão imenso ele é (no exterior e interior). 

Durante o quebrar das ondas contra as pedras, sinto como se ele me chamasse para perto dele (como se o som das ondas fosse um sussurro ao ouvido), mas ao mesmo tempo me alertasse do perigo de me entregar a ele. 

Durante o luar, ele fica quase invisível, mas demonstrando de forma serena que permanece sempre ao lado, como se nunca quisesse se afastar. 

Talvez pareça insano para quem nunca parou para observar o mar, mas para quem já o fez como eu (várias vezes por sinal) sabe o quanto ele é belo, voraz, traiçoeiro e instigante. Talvez essa mistura de características façam com que ele pareça ser o único capaz a entender alguém como eu.