Sinto-me mergulhado num oceano de sentimentos intensos: perda, solidão, tristeza. Por mais forte que eu seja, é inevitável não cair. O peso está intenso: a dor está ardente. Quero gritar, não tenho voz. Quero chorar, não tenho lágrimas. Quero ser abraço, não sinto seus braços. Quero desaparecer, não sei a magia. Quero destruir, não tenho forças. Quero terminar, não sei começar. Quero morrer, não sei matar. Quero ser finito, não sei não ser infinito.
Tanta coisa que eu quero, mas tão pouco eu posso agora. Tanta coisa que eu sinto, mas tão pouco espaço há. A intensidade me preocupa, a verdade me desespera. Estou morrendo, e tenho que ressurgir. É o que me resta. Esperar pelo amanhã, porque com o hoje não dá mais nada. Um recomeço. Uma nova era. Um novo capítulo de uma história, que parece não mudar, que não sei como e quando vai acabar, mas que quero escrever. Cadê o lápis, a caneta, a tinta? O que seja. Eu só posso continuar. Porque não sei parar. É seguir em frente, sem olhar pra trás: medo? Não, determinação. Vou crescer mais ainda, e tornar algo que ainda não sou. Mas sei que o que sou hoje, permanecerá, não mudarei: apenas acrescentarei. Não vou recomeçar do zero, mas sim de onde parei. E um dia, vou sim, olhar pra trás, e dar um sorriso: vivi.
Minhas lágrimas são flechas,
que saem do meu coração despedaçado,
que busca apenas se defender,
de algo que nem ele mesmo sabe o que é.
André Almeida
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